Linda e elegante, Felipa foi outra estrela descoberta pelo empresário carioca Sérgio Mattos, dono da agência 40 Graus, nome que revelou beldades como Raica Oliveira, Isabeli Fontana e Daniella Sarahyba. Enquanto ministrava um workshop no Rio de Janeiro, Felipa apareceu, atrasada, se equilibrando sobre um par de escarpins rosa-shocking tamanho 40.
No final da aula, Mattos notou que o nome da moça não constava na lista de chamada. “Meu nome está aqui sim, sou Felipe”, disse ela. “Ficamos todos passados, porque ela realmente é uma mulher. Independentemente de qualquer coisa, Felipa tem medidas perfeitas, se porta bem e tem futuro como modelo. E não dá para esquecer aqueles escarpins tamanho 40″, explicou o empresário à ÉPOCA.
Felipa busca inspiração na modelo brasileira Lea T., que chamou atenção internacional ao desfilar para a grife francesa Givenchy e
posar para a capa de uma revista beijando a modelo Kate Moss na boca.
Em entrevista à ÉPOCA, afirmou a importância de Lea em sua vida e
carreira. “Ela mostrou ao mundo que nem toda transexual está condenada à
prostituição. Quero ter uma vida normal”.
Ambas mineiras, pais que gostam de futebol (o pai da Lea T.
é Toninho Cerezo, ex-jogador) e as duas pretendem passar pela cirurgia
de mudança de sexo. “Ainda não sei quando, porque é muito caro. Mas
quero fazer assim que possível”, disse Felipa. Mesmo com todas as
semelhanças, diz que não existe rivalidade entre as duas. “Mas não quero
o lugar da Lea, ainda sou muito menina, não tenho a experiência dela.
Temos temperamentos diferentes”.
Quando
soube do aparecimento de uma concorrente em potencial, Lea T.
aconselhou: “Isso não é uma onda, uma modinha. Somos pessoas que devem
ter o direito de trabalhar como qualquer outra. Felipa terá de ser
forte, corajosa e não achar que essa vida é glamour. Tem de se dedicar e
estudar, preparar seu futuro, porque nossa vida é difícil”.
Mesmo
com grandes grifes locais e internacionais explorando e garimpando
talentos ligados a androginia, Mattos afirmou que a vida da Felipa não
vai ser tão fácil daqui para frente. “Expliquei a ela que existe ainda
muito preconceito e polêmica contra os transexuais. Ela tem de ter uma
cabeça boa para se expor, já que dificilmente conseguirá campanhas
comerciais. Os anunciantes não querem vincular seus produtos”.
Assim
mesmo, o empresário acredita no potencial “único” que a Felipa tem no
mundo da moda. “Mas ela vai ter de estudar teatro e secar um pouquinho,
pois está precisando de um pouco mais de cintura. E quero fazer fotos de
menino. A moda agora é ser camaleoa chique. Modelo que posa de homem e
mulher ganha dobrado”.
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